Hoje o assunto abordado será as
vantagens da ingestão de carne pelo ser humano; dá-se o nome de carne ao tecido
muscular dos animais, inclusive do homem. No sentido alimentício, geralmente a
palavra "carne" não só é usada para se referir à carne de mamíferos, répteis,
aves, anfíbios e peixes, mas também pode designar as vísceras, como o fígado ou
a tripa, e ainda os produtos derivados, como os embutidos.
Há diversas teorias sobre o
início do consumo de carne por hominídeos. O consumo de carne pelos seres
humanos, que se acredita que tenha sido iniciado entre 1 milhão e 500 mil anos
atrás, trouxe uma grande vantagem em relação às dietas vegetarianas da época:
uma dieta rica em gordura, proteínas e ferro, sendo estes dois últimos
facilmente metabolizados quando vindos de origem animal. Nas carnes, o ferro é
encontrado na forma "heme", de mais fácil absorção pelo organismo do
que o ferro "não-heme", disponível nos vegetais, cereais, frutas e
ovos. A inclusão da carne na dieta aumenta a biodisponibilidade do ferro
"não-heme" encontrado nos vegetais. O sintoma clássico de deficiência
de ferro é a anemia.
Alguns cientistas defendem a ideia de que a passagem de vegetariano para onívoro e aumento da ingestão de carne produziu um processo lento, porém seguro de encefalização (aumento do cérebro humano) e encurtamento do intestino. Isto porque as proteínas e ácidos graxos ajudariam a sustentar um órgão que necessita de grande energia como o cérebro. O aumento do consumo de carne teria servido também para reduzir o tempo de alimentação, que passou das 10 a 16 horas dos vegetarianos, para 3 a 5 horas nos primatas onívoros. Os mesmos autores ressaltam que a inclusão de carne na dieta humana ocorreu para sobreviver a épocas de penúria, já que uma alimentação carnívora propicia uma saciedade mais duradoura.
As carnes são formadas
principalmente de proteínas, gorduras e água, em proporção que varia
minimamente dependendo do animal. A carne magra apresenta em torno de 75% de
água, 21 a 22% de proteína, 1 a 2% de gordura, 1% de minerais e menos de 1% de
carboidratos. A quantidade de calorias (conteúdo energético) é relativamente
pequena, com média de 105 kcal/100g de carne crua.
Tipo de carne
|
Água
|
Proteína
|
Gordura
|
Minerais
|
Conteúdo energético
|
de
porco
|
75,1 g
|
22,8 g
|
1,2 g
|
1,0 g
|
112
Kcal
|
de boi
|
75,0
|
22,3
|
1,8
|
1,2
|
116
Kcal
|
de cervo
|
75,7
|
21,4
|
1,3
|
1,2
|
103
Kcal
|
de frango (peito)
|
75,0
|
22,8
|
0,9
|
1,2
|
105
Kcal
|
de frango (coxa)
|
74,7
|
20,6
|
3,1
|
---
|
116
Kcal
|
de peru (peito)
|
73,7
|
24,1
|
1,0
|
----
|
112
Kcal
|
de peru
(coxa)
|
74,7
|
20,5
|
3,6
|
---
|
120
Kcal
|
de pato
|
73,8
|
18,3
|
6,0
|
---
|
132
Kcal
|
de ganso
|
68,3
|
22,8
|
7,1
|
---
|
161
Kcal
|
Todo tecido muscular é rico em
proteínas, contendo aminoácidos essenciais, e na maioria dos casos, é uma boa
fonte de zinco, vitamina B12, selênio, fósforo, vitamina B3, vitamina B6, ferro
e vitamina B2. Apesar dos seus benefícios, a carne tende a ter níveis altos de
gordura, especialmente na carne vermelha gorda e peixes gordurosos (salmão,
atum). A gordura da carne, porém, pode variar de acordo com a espécie ou raça
do animal; a forma como ele foi criado, incluindo como ele foi alimentado; e a
parte anatômica de seu corpo. Porém a carne vermelha é uma das fontes de
aminoácido essencial indispensáveis ao desenvolvimento do ser humano.
Ressalta-se que nenhum alimento
contém todos os nutrientes necessários à saúde humana; é importante que a dieta
seja variada, incluindo carne e derivados, frutas, vegetais, cereais, leite e
subprodutos. Hábitos e costumes inadequados, como abstenção ou consumo
excessivo de determinados alimentos, são altamente prejudiciais à saúde e devem
receber atenção adequada.
Fontes: