domingo, 29 de junho de 2014

Ao optar por uma dieta vegetariana, deve-se estar ciente de que seus adeptos podem apresentar menor ingestão de vitamina B12, vitamina D, cálcio, selênio, iodo, ferro e zinco, o que pode causar efeitos negativos sobre o organismo. Os vegetarianos devem ter maior atenção no que diz respeito à ingestão desses nutrientes. Alguns veganos advogam a necessidade de suplementação deles para sua dieta, sendo importante realizar exames de sangue periodicamente. Vegetarianos estritos normalmente apresentam menores ingestões de cálcio, zinco, vitamina B12 e vitamina D quando comparados com ovolactovegetarianos.
Até mesmo as instituições de nutrição têm opiniões controversas quando se trata dao vegetarianismo. A posição da American Dietetic Association (ADA, Associação Norte-americana de Nutrição) é de que "dietas vegetarianas planejadas de forma apropriada são saudáveis, adequadas nutricionalmente e promovem benefícios na prevenção e no tratamento de certas doenças". Entre as vantagens nutricionais de uma dieta vegetariana, incluem-se o menores níveis de gorduras saturadas, colesterol e proteína animal, bem como maiores níveis de carboidratos, fibras, magnésio, potássio, ácido fólico e antioxidantes como vitaminas C e E. Enquanto isso, a Deutsche Gesellschaft für Ernährung e.V. (DGE, Sociedade Alemã de Nutrição) mantém posição mais conservadora: "a alimentação (ovo)lacto-vegetariana pode ser apropriada. Para crianças, especial precaução na escolha dos alimentos deve ser tomada." Afirma também que "a dieta vegetariana estrita não é recomendável para nenhuma faixa etária, devido a seus riscos [de falta de alguns nutrientes]. A DGE desrecomenda-a de forma a bebês, crianças e adolescentes."

Dentre os nutrientes que causam uma maior preocupação nos vegetarianos estão:
Cálcio: Um vegetariano estrito norte-americano consome em média 627 mg de cálcio por dia. Esse valor está abaixo da recomendação brasileira de 1000 mg diários. Dada a pequena oferta de alimentos enriquecidos no Brasil, é possível que vegetarianos estritos brasileiros ingiram quantidades ainda mais baixas de cálcio. Alguns estudos sugerem que a absorção de cálcio em uma dieta vegetariana estrita seja melhor que naquelas que incluem alimentos de origem animal. No entanto, é recomendado seguir o valor diário de 1000 mg.
As melhores fontes vegetarianas de cálcio são os vegetais e legumes de folhas verdes (brócolis, couve de Bruxelas, couve-galega), feijões, tofu, figos secos, amêndoas, castanha-do-pará, sementes de chia, sementes de sésamo, thaini, sementes de girassol, e rabanetes. Os “leites” vegetais também costumam conter cálcio. Muitos outros alimentos vegetarianos contêm cálcio, mas em menor quantidade que os citados anteriormente.
O Dr. John McDougall explicou que as plantas, que estão carregadas de minerais em quantidades suficientes para construir os esqueletos dos maiores animais da terra (o elefante, o hipopótamo, a girafa, o cavalo, a vaca), possuem cálcio suficiente para desenvolver os ossos relativamente pequenos do ser humano. O Dr. McDougall afirmou que a observação de que bilhões de pessoas desenvolvem esqueletos adultos normais sem consumir leite de vaca ou suplementos de cálcio deveria ser suficiente para deixar toda a gente descansada em relação à adequação de uma dieta vegetariana estrita, mas que infelizmente esse não é o caso, devido à propaganda enganosa da indústria do leite.
Vitamina B12: Deficiência de vitamina B12 pode causar anemia e danos ao sistema nervoso. O consumo ocasional de leite ou ovos não supre as necessidades de vitamina B12. No passado, acreditava-se que alimentos como espirulina (Spirulina platensis), levedura de cerveja ou produtos fermentados a base de soja (como tempeh e missô) poderiam ser fontes de vitamina B12, porém não é possível absorver a B12 contida nesses alimentos. Estudos em ratos comprovam que a B12 encontrada nas algas Chlorella e Nori são fontes válidas para mamíferos, como também cogumelos Shimeji e Shitake. Uma ingestão apropriada de vitamina B12 também pode ser garantida consumindo diariamente um suplemento vitamínico contendo entre 5 e 10 mcg de vitamina B12, ou consumindo semanalmente um suplemento contendo 2000 mcg de vitamina B12.
Ferro: Dado que o ferro de fontes vegetais é absorvido menos facilmente que o ferro de fontes animais (vide postagens anteriores), vegetarianos necessitam de uma ingestão diária de ferro maior do que os que comem carne vermelha ou peixe. O ferro está presente numa grande quantidade de alimentos vegetarianos, como por exemplo, as lentilhas, feijão preto, feijão-frade, feijão de soja, caju, espinafre, as sementes de girassol, uva, uva-passa, açúcar mascavo, pão de trigo integral, vários cereais, feijão mong, grão de bico, sementes de abóbora, passas, quinoa e beterraba.
Zinco: Nas dietas vegetarianas, o zinco pode ser obtido através de cereais integrais, nozes, pistaches, amêndoas, cajus, pinhões, castanha-do-pará, sementes de abóbora, sementes de sésamo, sementes de chia, sementes de linhaça, amaranto, cevada, vegetais de folhas verdes e ervilhas.
Ômega 3: Algumas fontes vegetais de ómega 3 são sementes de linhaça (também contêm ômega 6, mas em menor quantidade), sementes de chia, sementes de cânhamo, nozes, vegetais de folhas verdes.
Ômega 6: Pode ser obtido através de óleo de semente de uva, sementes ou óleo de girassol, sementes ou óleo de abóbora, sementes ou óleo de sésamo, cânhamo, nozes, feijão de soja, óleo de feijão de soja, etc.



 
Os cuidados mais importantes a se tomar em uma dieta vegetariana dizem respeito à vitamina B12, ao cálcio e aos ácidos graxos ômega 3. Os dois primeiros devem ser considerados com especial atenção por vegetarianos estritos; o terceiro deveria ser uma preocupação de todos, inclusive não-vegetarianos. No entanto, a experiência prova que as crianças e adultos vegetarianos são tão saudáveis como os não vegetarianos. É importante lembrar ainda que a dieta vegetariana, tal como a dieta onívora, deve ser rica e variada, para evitar deficiências em nutrientes e proporcionar o completo desenvolvimento do organismo.

Fontes:

domingo, 22 de junho de 2014

Nessa postagem falaremos sobre o vegetarianismo. Há diversas razões que levam uma pessoa a adotar uma dieta vegetariana, que vão desde não gostar de comer carne, passando por questões religiosas, até o respeito aos direitos animais. Algumas dessas razões são de saúde, ecológicas, éticas, econômicas e religiosas. Vegetariano é aquele que exclui de sua alimentação todos os tipos de carne, aves e peixes e seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. Dentro dessas possibilidades, podem ser considerados cinco formas principais de vegetarianismo, classificadas de acordo com os tipos de alimentos que são consumidos.


Estudos científicos demonstram que é possível atingir o equilíbrio e a adequação nutricional com dietas ovolactovegetarianas, lactovegetarianas, ovovegetarianas e até veganas, desde que bem planejadas e, se necessário, suplementadas. Dietas vegetarianas normalmente são ricas em proteína carboidratos, fibras dietéticas, magnésio, potássio, folato, antioxidantes (como vitaminas C e E) e fitoquímicos, além de apresentarem baixa ingestão de gordura saturada e colesterol, fornecendo diversos benefícios nutricionais.


A dieta vegetariana pode ser usada na prevenção de doenças e como auxílio em tratamentos, conforme a ADA (American Dietetic Association):
Doenças do sistema digestivo: em geral, pessoas vegetarianas sofrem menos de síndrome do cólon irritável, apendicite aguda, hemorróidas e úlceras;
Obesidade: a taxa de obesidade é menor em vegetarianos. Previne cardiopatias e problemas de colesterol e triglicerídeos;
Diabetes tipo 2: melhora o controle da glicose e favorece a manutenção de níveis desejáveis de lipídeos;
Infarto: redução do número de mortes em 31% em homens vegetarianos e de 20% em mulheres que seguem a dieta;
Colesterol: os níveis são 14% mais baixos em vegetarianos;
Osteoporose: mulheres após a menopausa com dieta rica em proteína animal e pobre em proteína vegetal têm taxa mais alta de perda óssea e risco maior de ter fratura de quadril;
Envelhecimento: repercute no bom funcionamento dos órgãos e em uma aparência física mais saudável;
Doença cardiovascular: a redução de gordura saturada está associada ao menor risco de hipertensão, menor risco de hipercolesterolemia, e, consequentemente, menor risco de doença cardiovascular;
Câncer: o risco de contrair muitas das formas de câncer pode ser reduzido com a diminuição do consumo de produtos que contêm alta quantidade de gorduras animais.

Como foi visto na postagem anterior, o consumo de carne está relacionado à ocorrência de câncer em seres humanos. Sendo assim, uma dieta vegetariana ajuda a prevenir o câncer. Estudos em seguidores desta dieta mostram que a sua taxa de mortalidade por câncer é apenas de ½ a ¾ do resto da população. A incidência de câncer da mama é dramaticamente mais baixa em países onde as suas dietas são tipicamente baseadas em plantas. Quando os nativos desses países adoptam a dieta ocidental, baseada em carne, as suas taxas de cancro disparam. Os vegetarianos sofrem também significativamente menos de câncer do cólon do que as pessoas que comem carne. O consumo de carne está mais fortemente associado ao câncer do cólon do que qualquer outro fator dietético.
A dieta vegetariana ajuda a proteger contra o câncer porque é mais pobre em gorduras e rica em fibra do que qualquer dieta baseada em carne. Mas outros fatores são também importantes. Por exemplo, os vegetarianos geralmente consomem mais betacaroteno. Isto pode ajudar a explicar porque sofrem menos de câncer do pulmão. Igualmente, pelo menos um estudo demonstrou que os açúcares naturais em lacticínios podem fazer subir o risco de câncer dos ovários em algumas mulheres.
Muitos dos aspectos anticancerígenos de uma dieta vegetariana ainda não podem ser explicados. Por exemplo, os investigadores ainda não estão seguros da razão porque os vegetarianos têm mais de um certo tipo de glóbulos brancos, chamados "células fagocitárias", que são capazes de procurar e destruir células cancerígenas.

Ao se discutir os problemas nutricionais em aderir a uma dieta vegetariana, deve-se tomar em consideração que qualquer dieta mal planejada, vegetariana ou onívora, pode ser prejudicial à saúde, levando a deficiências nutricionais. As dietas vegetarianas, quando atendem às necessidades nutricionais individuais, podem promover o crescimento, desenvolvimento e manutenção adequados e podem ser adotadas em qualquer ciclo de vida.

Fontes:

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Depois de mostrar as vantagens de consumir carne, a postagem de hoje falará sobre os malefícios de tal alimento. Todo pedaço de carne, por mais simples que seja, contém gordura saturada e aumenta o colesterol, sendo associada, portanto, a um risco maior de doenças cardiovasculares.


Diversos estudos publicados em universidades de renome ao redor de todo o mundo mostram a relação entre o consumo de carne e a ocorrência de câncer em seres humanos.  Um estudo realizado na Universidade da Carolina do Norte, por exemplo, publicado no The Journal of Nutrition, mostra que o consumo elevado de carne aumenta risco de câncer de cólon. Já cientistas da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha, mostram que o consumo de carne vermelha pode aumentar significativamente o risco de câncer de mama em mulheres que já passaram da menopausa. Um estudo realizado pela Open University, publicado numa edição do início de 2006 da revista científica Cancer Research, mostra que uma dieta rica em carne vermelha tem mais chances de causar câncer porque o alimento danificaria o DNA.
Estudos científicos apresentados no congresso da Sociedade Americana de Câncer evidenciam que o consumo excessivo de carne vermelha é um fator de risco especialmente para os casos de câncer de intestino grosso. Estudos anteriores já haviam estabelecido a ligação entre o câncer de intestino e a ingestão de grandes quantidades de carne vermelha. Até mesmo os corantes utilizados em hambúrgueres e salsichas passam pelos testes acadêmicos: num estudo realizado pela Agência Britânica de Padrões Alimentares, o corante Vermelho 2G, presente nesses alimentos, tem o potencial de desencadear o câncer. Estudo com 121,342 pessoas por 28 anos pela Universidade de Harvard produziu provas científicas que o consumo de carne vermelha aumenta em até 20% o risco de morte prematura, aumenta os riscos de doenças cardíacas e câncer.
Tipo de câncer
Risco
Observação
Estômago
Significativamente mais baixo apenas em vegetarianos
Há fortes evidências de que o consumo de vegetais reduz o risco
Colo uterino
Significativamente mais baixo entre vegetarianas
Ovário
Significativamente mais baixo entre consumidoras de peixe
Próstata
Significativamente mais baixo entre consumidores de peixe
Não se compreende ainda completamente a relação entre a dieta e câncer de próstata
Bexiga
Menor entre vegetarianos
Alguns estudos sugerem que certos tipos de carne, como bacon, aumentam o risco de câncer de bexiga
Linfático
Menor entre vegetarianos
Sangue
Menor entre vegetarianos
Cólon/Reto
Menor nos Vegetarianos
Estudo de Harvard prova a relação entre consumo de carne e este tipo de câncer

Seguem algumas dicas para se ter um melhor aproveitamento da carne e diminuir os riscos com sua ingestão:
- O ideal é limitar as porções de carne vermelha magra e evitar completamente os embutidos, como presunto, salsicha, linguiça, bacon, presunto e mortadela.
- Prefira os cortes sem gordura. A gordura queima rapidamente e aumenta a quantidade de substâncias cancerígenas. Escolha também a carne mal passada ou ao ponto. Os pedaços bem passados ficaram mais tempo no fogo e têm mais compostos cancerígenos. 
- Preparar a carne em altas temperaturas pode gerar compostos que aumentam o risco de câncer. Por isso, é sempre melhor cozinhar ou preparar a carne no forno do que fritá-la ou usar a grelha. Não coma pedaços queimados ou chamuscados.

Entre os tipos de carne mais utilizados pelos brasileiros, podemos ter uma visão geral dos seus prós e contras:
Gado - Rica em proteínas e em minerais, dentre eles o ferro, um elemento essencial à vida humana (vide postagem anterior), mas devemos ingerir esses alimentos com certo cuidado devido ao teor de gordura saturada e colesterol que contêm. Outro problema é que os animais criados para abate recebem grande quantidade de vacinas e antibióticos, que ficam concentrados na carne que comemos (principalmente no fígado) e na secreção mamária (leite e derivados).
Frango - É uma excelente fonte de proteína, com a vantagem de ter menos gordura saturada do que as carnes vermelhas, exceto na pele. Este tipo de carne também traz o problema do tratamento dos animais que recebem vacinas e sofrem modificações genéticas para crescimento rápido.
Porco - A carne de porco fresca e magra é uma boa fonte de proteínas de alta qualidade e de vitaminas do complexo B, mas, se mal passada, pode conter parasitas. Seus derivados, presunto e bacon, possuem alto teor de sal e podem possuir alto teor de gorduras, por isso devem ser consumidos com moderação.
Peixe - Com menos calorias, menos gordura, rico em nutrientes, oferece uma abundância em minerais como: iodo, magnésio, cálcio, fósforo, ferro, potássio, cobre e flúor.

O ideal é variar o consumo entre gado, frango, peixe, porco. Frango e os ovos caipira são preferíveis. Se houver uma rotatividade no tipo de carne, o risco de acumular substâncias nocivas é menor. Além disso, é preciso controlar a quantidade a ser consumida, pois se sabe que o excesso é causador de doenças como obesidade, hipertensão, diabetes, gota, arteriosclerose. A refeição de ser complementada com vegetais que irão ajudar, com suas fibras, a evitar o acúmulo de gordura e toxinas.

Links dos Estudos:

Fontes: